Vos digo, e não sou o único: Sempre achei que o rock contemporâneo era sustentado por três pilares: Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, e Strokes.
Não só pela proximidade sonora e cronológica, mas também ao que se propunham. Todos os três surgiram num momento no qual o rock estava quase morto. Quase, porque toda regra tem sua exceção, mas enfim.
Tendo isso em mente, parei para ouvir o Angles, novo trabalho do Strokes que vazou na internet. Depois, ouvi Brick by Brick, único single lançado pelo Arctic Monkeys de seu novo disco, que deve sair em junho. Ainda, ouvi novamente todo o último disco do Franz Ferdinand, que também já anunciaram novo trabalho pra esse ano. A partir disso, cheguei a uma conclusão...
Antes de contar, devo dizer que, só pra ter certeza, ouvi tudo de novo. Mas tudo mesmo.
Todos os discos de todos os três. Cada single, cada pedacinho da história de cada uma dessas bandas que crescem junto comigo. Minha conclusão inicial estava certa:
O Angles é chato.
Chato, pois sim. Chato, sintetizado demais, eletrônico demais, falta aquela pegada de rock de garagem que o Arctic Monkeys não perdeu jamais! Falta a segurança experimental para utilizar a música eletrônica, coisa que o Franz tem de sobra. O Strokes não. O que me leva a outra conclusão:
Não é só o Angles que desaponta.
É o Strokes como um todo.
Porque se o Arctic Monkeys achou no Humbug (2009) a maneira mais saudável de se revonar, sem perder a pegada, e o Franz Ferdinand, no Tonight (2009) se jogou de vez na música eletrônica sem perder a identidade, o Strokes se perdeu completamente logo após o sucesso de Room on Fire (2003).
Os Strokes foram certamente referência para Franz e Arctic Monkeys. Foram pioneiros na arte de retomar o rock. Foram influência. Mas foram equiparados, e nesse ano de 2011, onde todos virão com novos trabalhos, podem facilmente ser ultrapassados.E para a banda que veio ao mundo como "salvação do rock", qualquer coisa que não seja o primeiro lugar, é pouco, pouco demais. Talvez o verdadeiro Strokes não seja mesmo "salvação do rock", talvez estivéssemos enganados. Talvez o Strokes, depois de dez anos de estrada, seja isso daí mesmo.
Talvez o Strokes seja pouco demais. E a indústria não perdoa ninguém.