quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2011: O que Fazer em Caso de Incêndio

E lá se foi 2010.

Não dá pra dizer que não foi um ano movimentado. Digo, se tratando de música, o mundo pop falou e deu no que falar. Foi nesse ano que passou que até os menos crentes tomaram conhecimento do estrago que a internet pode causar no mundo da música, e de como a popularidade virtual movimenta dinheiro e faz fama. Foi um ano cheio de homenagens póstumas heróicas.

Ok, a indústria homenageia um monte de gente todo ano

Mas quando se combina um ano sem Michael Jackson e trinta sem John Lennon, as homenagens se multiplicam pelo menos cem vezes.

Odeio retrospectivas, e a esperada apresentação do The Who (ou o que restou dele) na final do campeonato de futebol americano (só o programa com maior audiência no mundo) no começo do ano nos ensinou que às vezes é melhor deixar o passado pra trás. Sendo assim, é melhor pensar no que vai ser do ano que chegou, novinho em folha.

E aí está 2011.

Expectativas sempre enchem nossos corações e mentes no começo de cada ano. E este aqui começou com promessas de grandes shows. Pra não dizer enormes. Amy Winehouse abre o cenário dos concertos internacionais, tocando no país ainda esse mês de Janeiro.

Ninguém sabe se ela vai aparecer, é claro, mas estamos todos na torcida.

Fora Amy, Ozzy Osbourne já está prometido, além de outros astros do metal. O Rock in Rio de setembro já confirmou um "combo" no mínimo pesado, que trará Metallica, Slipknot e Motörhead, um atrás do outro. Não agradou? Tranquilo; o molho um pouco mais doce fica por conta de Snow Patrol e Coldplay (reciclando suas apresentações de 2010), e claro, o Red Hot Chili Peppers, atração mais falada até então.

Deixo para falar mal do Rock in Rio depois que ele acontecer. Porque me desculpem, mas seis dias e não sei quantas mil bandas é sinônimo de emoção, mas também de um monte de problemas (alguém aí disse SWU?).

Sem shows confirmados, mas com disco novo, os Strokes tiraram as jaquetas dos armários e estão de volta a ativa com disco novo prometido pra março. Me lembro bem de quando eram chamados de "A salvação do rock", mas acordes sujos e som de garagem talvez não sejam mais suficientes para combater a ameaça que vem de Orlando, Flórida, nos confins de Walt Disney World.

Pois é, quem achou (como eu) que Justin Bieber, Demi Lovato e Miley Cyrus não duravam até novembro, um aviso: já estamos em janeiro.

E Lady Gaga, que já desbancou até Christina Aguilera? Não que ela fosse grande coisa, mas fazer uma das artistas pop mais consagradas da última década copiar seu trabalho não é pra qualquer uma. Aguilera tentou ser Gaga. Não conseguiu. E a indústria é imperdoável. Talvez seja melhor usar um vestido de bolhas de ar da próxima vez...

É tudo muito efêmero no mundo da música, hoje em dia, o que me faz sentir uma estranha sensação de velhice aos dezessete anos, talvez vocês já tenham notado. Mas agora é oficial: estou velho. Pela primeira vez presenciei o nascimento e morte de um estilo de música. O "emo" morto e enterrado junto com os últimos acordes do Fall Out Boy,(uma vez que o Panic! At the Disco não acabou, mas mudou completamente seu modo de ver as coisas. Não gostava, não ouvia, não me importava.

Mas como já citei antes, pelo menos os "emos" usavam preto, e não lançavam linhas de glitter.

O mundo não vive sem uma ideologia musical por muito tempo. Os artistas mirins estão tomando esse lugar. O Pop vem recheado de chacota. 2011 chega para mim com uma onda de pessimismo. O que me consola é que 2010 começou para mim com uma onda de otimismo, e tudo acabou uma merda.

Ou seja, sou péssimo com previsões. Nem tudo está perdido.

Feliz ano novo.

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