segunda-feira, 9 de maio de 2011

Heroína.



Domingão, dia das mães, festa de família, todo o pessoal reunido na sala, barriga cheia... e o DVD da Amy Winehouse tocando em alto e bom som, animando o pessoal.
Ok, digam exatamente o que vocês pensaram. Eu juro que eu também pensei:
Se tem uma coisa que não combina com esse ambiente extremamente familiar que acabei de descrever, essa coisa é, definitivamente, Amy Winehouse.
Vocês me entendem; não é por sua música, longe disso. O problema é sua vida pessoal, que foi escancarada para o público, e agora faz com que eu pense que qualquer DVD seu deva ter censura de dezoito anos, por ser baixaria em potencial...
Mas deixa pra lá. O show que passava na televisão (na verdade o único gravado pela cantora) era intitulado "I Told You I Was Trouble", de 2007, gravado em Londres. Vou dizer que o que vi me deixou muito mais triste do que contente: o show é sensacional. Digo sempre pra todos que sou fã da moça, mas aquela Amy me surpreendeu. Um teatro pequeno, mas grandioso, comandado por uma moça magricela, mas não menos grandiosa, em plena forma.
A voz que surpreendeu o planeta parecia dominar a todos do outro lado da televisão. Até eu, à distância vendo um show gravado há tempos, fui fisgado por um singelo gesto da cantora; um leve movimento de levar a mão até acima dos olhos para cobri-los da luz e poder enxergar a platéia. Me senti sendo vigiado pela maior estrela do mundo pop. Tive medo.
Meu medo durou pouquíssimo. Foi só lembrar de quem é Amy Winehouse atualmente, não preciso nem descrever.
(Me desculpem pelo duplo-sentido do título, mas foi mais forte do que eu. Voltando...)
No fundo, é isso que me entristece. Porque Amy foi sim uma estrela. Dominou a grande mídia e conquistou seu espaço cantando uma mistura de jazz com pop cuja fórmula deu muito certo. Era o momento perfeito para todas as outras cantoras entenderem que ninguém agüenta mais dramas adolescentes e canções futilmente confessionais. Eu juro que não estava sozinho nesse pensamento: até a Lily Allen deu uma declaração chiliquenta dizendo que nunca chegaria aos pés de Amy. Fiquei eufórico, parecia que a música poderia ir para o caminho mais certo...
Mas é claro que, como sempre, eu estava errado. Amy se afogou nas drogas e ainda não aprendeu a nadar, matando a solitária semente de esperança que eu relutava em guardar sobre o mundo pop. E Desde aquele 2007, ano daquele show lá longe, em Londres, muita água já rolou: morreu o Michael Jackson, nasceu a Lady Gaga e a Beyoncé ganhou cento e oitenta e sete Grammys.
E como tudo que é ruim pode ficar pior, até a Avril Lavigne resolveu lançar disco novo. Eu tava tão feliz que ela tinha morrido...
Enfim, o DVD acabou e o domingo já estava escuro. Tiraram o disco do aparelho e colocaram no "Fantástico". Pra piorar, fui dormir com uma tremenda azia. Só não descobri ainda se é culpa do bife à parmegiana (cortesia do dia das mães) ou da situação musical do mainstream. Melhor que seja do bife, que eu já sei que tem remédio. Quanto ao remédio pro mundo pop...
Bom, quem sabe na semana que vem.

Um comentário:

  1. Acho que seu título não poderia ser outro.

    Eu defendo o bife à parmegiana, ele é nosso (delicioso) amigo!

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