terça-feira, 12 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados: Top 10 das músicas românticas mais clichês das últimas décadas


Hoje é dia dos namorados. Dia de você gastar em jantar, presente, motel caro (afinal é uma data especial para muitas mulheres), etc. Aquele dia que casais lembram que se amam e que se respeitam. E o dia que o comércio agradece como terceira data mais lucrativa.

O Falando em Música não poderia voltar em data melhor. A data do amor. Por isso fizemos um especial das 10 músicas românticas mais clichês da história para ir aquecendo os casais apaixonados (ou não).



10) Cachorro Grande - Sinceramente


9) Iggy Pop - Candy


8) The Temptations - My Girl


7) 3 Doors Down - Here Without You


6) Claudinho e Buchecha - Fico Assim Sem Você 


5) Roberto Carlos - Como é Grande o Meu Amor Por Você


4) The Beatles - Something


3) Aerosmith - Crazy


2) Portishead - Glory Box


1) Serge Gainsbourg & Jane Birkin - Je T'aime Moi Non Plus

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Há Tempos, Legião Urbana...


Confesso que cheguei tarde. Voltei correndo da faculdade, ansioso para não perder mais nada do Tributo à Legião Urbana, que acontecia aqui do lado de casa, no Espaço das Américas, zona oeste de Sampa. Confesso também que já estava um tanto desapontado, pois estava sabendo que havia perdido "Tempo Perdido" e "Fábrica", provavelmente minhas duas preferidas da Legião, que haviam sido tocadas logo no início do show. Quando liguei a tevê, um apático Dado Villa-Lobos lançava os primeiros acordes da improvável "Esperando Por Mim", nona música de uma apresentação que viria a ter vinte e seis.

Confesso ainda que, quando a música terminou, fiquei feliz de ter perdido minhas preferidas. Era possível que, naquele momento, ou elas perdessem todo o encanto, ou me trouxessem uma dose intratável de vergonha alheia.

Wagner e Dado, na inglória tarefa de tocar Legião sem Renato Russo.
O ator Wagner Moura liderava os vocais, um dia pilotados pelo inigualável Renato Russo. E quando digo "inigualável", tiro qualquer dose de fanatismo: Renato era único, não por ser o melhor músico ou letrista que o Brasil já teve, e sim por ter um carisma incomparável, uma imagem já consagrada e, principalmente, uma voz potente. Carisma o ator tem de sobra, mas sua imagem, ainda que bem construída, rendeu piadas por parte do público: Mais de uma vez foi possível ouvir a galera gritando "Uh, é Capitão!", em alusão a seu personagem mais famoso.

E, bom, em relação à voz... Esta passou longe do ideal.

Tudo bem que o show de ontem era muito mais emoção do que técnica, e emoção Wagner Moura mostrou de sobra. Remexeu-se no palco, pulou e tudo mais. Mas cantou mal, muito mal. Melhorou um pouco depois de tirar o retorno do ouvido, mas não salvou a apresentação. "Ainda é Cedo" soou estranhíssima, e "Há Tempos" ainda pior. É bem verdade que o público não estava se importando com isso. Cantava a plenos pulmões todas as canções, e muitas vezes encobria o vocalista. O que não era de todo ruim.

Às vezes, a afinação do coro era muito mais aceitável.

Porém, alguns aspectos do show nem este coro devoto entendeu. Uma versão acústica e sem sal de "Geração Cola-Cola", cantada por Dado Villa-Lobos e salva pela gaita de Clayton Martins, do Cidadão Instigado. Em seguida, um deslocado cover de "Damage Goods", da Gang of Four, com participação de Andy Gills e Bi Ribeiro. A partir daí, uma série de hits, que culminou em "Perfeição". A banda saiu do palco, e voltou para o "Bis", e mais uma bizarrice: A fraca "Antes das Seis", apresentada num momento em que todos esperavam algo como "Eduardo e Mônica", "Por Enquanto" ou "Faroeste Caboclo".

"Giz", "Pais e Filhos" e "Será" fecharam a noite. Bonfá e Dado pareciam felizes de encerrarem o show. Felizes por o legado de Renato Russo conter um misticismo tão grande, que transcende qualquer técnica ou simpatia dos dois ex-integrantes. E Wagner Moura... Bom, a tarefa não era fácil. O ator/cantor estava lá, exercendo papel de substituto e celebridade ao mesmo tempo, de modo que alguns pareciam tão extasiados de vê-lo frente a frente quanto de ouvir Legião ao vivo.

Talvez fosse melhor ter feito como n'O Baú do Raul', homenagem ao Raul Seixas, no qual gente de todo tipo se apresentou, de Afroreggae a Zélia Duncan, passando por B-Negão e Marcelo Nova.

O risco era menor, e o resultado, provavelmente mais interessante.

A Legião Urbana, gostem ou não, vai ter pra sempre uma importância histórica no cenário musical brasileiro. Foi importante para o surgimento do nosso rock, ousou em suas letras e marcou uma geração. Mas o show de ontem nos escancarou uma verdade, que todos nós custamos a aceitar:

Está na hora de pararmos de cultuar falsos deuses. Renato Russo morreu, a Legião acabou, e o rock dos anos 80 já está com trinta anos. Chega de citar Paralamas e Titãs numa discussão sobre o desgosto de ter Fresno representando o rock nacional. Chega de dizer que ninguém nunca vai chegar aos pés do Cazuza.

Chega de dizer que a Legião Urbana é a melhor coisa que nossa música vai produzir.

Este Wagner Moura diz: "Para a minha geração [esse show] é uma coisa muito importante". Temos que nos preocupar com os nossos próximos trinta anos, e quem vamos homenagear na próxima ocasião, e o que vai ser importante para nossa geração. Ou alguém espera um tributo de sessenta anos do surgimento da Legião?
                
Tédio. Com um T bem grande pra vocês.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Retrospectiva 2011: Álbuns Internacionais

Os discos que eu ouvi de 2011 (espero não ter esquecido de nenhum).



21 - Adele
Lançamento: 19 de janeiro.
Segundo álbum da Adele, e já foi um estouro nas mídias. Gêneros, vivências, entusiasmo foram palavras chaves para o sucesso do disco. Além também da bela voz que Adele tem. É um álbum que contém muitas influências de estilos como o folk (influência do disco passado), country americano e blues. Em seus álbuns, o nome é intitulado pela idade de Adele e em comparação com o primeiro álbum, há um amadurecimento notável nas suas composições e no som. Foi um álbum bem aceito pelas críticas e foi primeiro lugar em vários países da Europa e de outros continentes. O grande destaque desse disco foi a música "Rolling In The Deep", faixa abertura do álbum e primeiro single.




Different Gear, Still Speeding - Beady Eye
Lançamento: 28 de fevereiro.
O primeiro disco de estúdio da banda de Liam Gallagher, o Beady Eye. Na primeira e última impressão, um álbum bem fraco, sem muito o que falar. Após o lançamento do álbum do Noel, Liam até começou a dar entrevistas falando que poderia rolar uma possível volta do Oasis. Eu faria o mesmo, porque né, Liam solo não está dando certo, já o irmão...




What Did You Expect From The Vaccines? - The Vaccines
Lançamento: 14 de março.
Eles mesmo já soltaram a pergunta, e o público, claro, deu a resposta. The Vaccines é uma banda nova formada em 2010. Com traços de pós punk no som, "What Did You Expect From The Vaccines?" é um álbum bem produzido e com boas faixas. Devido as progressões, a maioria das músicas se parecem com outras (aliás é notável a semelhança) música como Something dos Beatles ou música do Joy Division. Não é uma banda ruim mas também não foi a melhor coisa que aconteceu em 2011. 




Angles - The Strokes
Lançamento: 18 de março.
Depois de 5 anos de espera, o Angles foi o álbum mais esperado do ano. Após o lançamento o público ficou dividido: uns odiaram, outros amaram. Muita gente esperava por outro Is This It. É, não foi dessa vez. Com a crítica houve bastante elogios. De primeira impressão, o Angles é um álbum bom. Talvez não foi tão aceito por não ser um álbum coeso, porém contém faixas muito boas como "Under Cover of Darkness", "You're So Right", "Taken For a Fool", "Life Is Simple In The Moonlight", entre outras. Para os fãs do Brasil, o presente foi em dose dupla, já que além do lançamento do disco houve também o show da banda no festival Planeta Terra.





Preaching To The Perverted - The Fuzztones
Lançamento: 1 de abril.
(E não é uma mentira) Uma das melhores bandas de garage rock revival. Não chega a ser o melhor álbum, mas é muito bom. Houve algumas mudanças no som, mas nada que fizesse perder a essência. Guitarra e órgão estão bem marcantes nesse álbum. Algumas músicas fazem o álbum mais pacato, um pouco diferente de antes que era mais hiperativo (como no Lysergic Emanations, primeiro álbum da banda). Está no meu top 5 de álbuns preferidos de 2011. Recomendo. 





Nine Types of Light - TV On The Radio
Lançamento: 11 de abril.
Confesso que conheci essa banda ano passado quando estava pesquisando as bandas que iriam tocar no Lollapalooza. Baixei todos os discos pra ouvir. Sinceramente o primeiro disco do TV On The Radio está no top de piores coisas que eu ouvi na vida. Não dava pra ficar muito tempo em uma música, álbum cansativo, ruim e muito chato. Resolvi ouvir o Nine Types of Light e, sem expectativa nenhuma, achei bem melhor que o primeiro. É um disco legal, mas nada de muito chamativo. Para uma banda como TV On The Radio, até que está bom.





Colour Of The Trap - Miles Kane
Lançamento: 9 de maio.
O primeiro do Miles Kane solo e classudo por inteiro. A capa já mostra isso. Já curtia bastante o som dele no The Rascals e no The Last Shadow of Puppets. Colour Of The Trap com certeza está na minha lista de discos favoritos de 2011. E pra quem foi no show dele no festival da cultura inglesa, viu que além de um bom álbum ele faz um bom show. Quem curte Miles, vale a pena ouvir esse.




Eye Contact - Gang Gang Dance
Lançamento: 10 de maio.
Gang Gang Dance é uma banda experimental de Manhattan, EUA. Eye Contact é o quinto álbum da banda. No ano passado eles apresentaram as músicas no Festival Planeta Terra com uma ótima crítica de show devido a ótima interação com o público. As influências do álbum são bastante experimentais com batidas eletrônicas. Um álbum bem dançante por sinal. Eye Contact ficou em várias listas de "Melhores discos do ano". É um bom disco. Pra quem não conhece Gang Gang Dance ou ainda não ouviu o álbum, vale a pena baixar (enquanto podemos né).




Suck It And See - Arctic Monkeys
Lançamento: 6 de junho.
Quarto álbum da banda de Alex Turner, Jamie Cook, Matt Helders e Nick O'Malley. Foi bem aceito pela crítica e pelos fãs da banda. Suck It And See concretiza a mudança de som do Arctic Monkeys que aconteceu no álbum Humbug. Toda a velocidade dos 2 primeiros álbum foi amenizada em Humbug, um álbum mais "sombrio", e nesse atual.  





Velociraptor! - Kasabian
Lançamento: 19 de setembro.
Mais um disco bom de uma das melhores bandas dos anos 2000 até hoje em dia.





Noel Gallagher's High Flying Birds - Noel Gallagher's High Flying Birds
Lançamento: 17 de outubro.
Outro disco muito esperado do ano de 2011. O primeiro single que Noel Gallagher lançou do álbum já mostrava que ele humilharia o álbum inteiro do Beady Eye apenas com "The Death Of You And Me". Já era previsível, não era? Um ótimo álbum de estréia que foi muito bem aceito pelos fãs e pela crítica. Continuou com a fórmula das composições que ele fazia no Oasis. Com 8 faixas, o álbum de Noel Gallagher's High Flying Birds pode ser considerado um dos melhores álbuns, talvez o melhor álbum de 2011. É o Noel.








Lioness Hidden Treasures - Amy Winehouse
Lançamento: 2 de dezembro.
O disco é basicamente do que sobrou. Algumas gravações novas como nas músicas "Our Day Will Come". Algumas faixas também possuem participações como em "Life Smoke" gravada com o rapper Nas. Também há umas 4 que são músicas que ela já havia lançado nos discos passados porém numa versão nova. A grande surpresa desse disco que foi bem aceita, foi a versão de "The Girl From Ipanema". Música de Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim que foi regravada por grandes nomes como Frank Sinatra, por exemplo.





El Camino - The Black Keys
Lançamento: 6 de dezembro.
Sétimo álbum da banda e um dos discos mais esperados do ano. Rápido, sem muita psicodelia, dançante. Há continuidade nos riffs memoráveis, marca do Black Keys desde o primeiro EP. Lançaram o primeiro single, Lonely Boy, primeira faixa do álbum, que vai ficar por muito tempo nas baladas e noitadas. Outra faixa muito bem aceita pelos fãs da banda foi Little Black Submarines, que também aparece em listas de grandes revistas musicais. A Rolling Stone colocou o álbum em 12º na lista dos 50 melhores álbuns do ano. Em algumas listas de uns blogs esse álbum está entre os 3 primeiros. Discordo um pouco, apesar de ser um belo álbum. Ainda prefiro o Brothers.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Para voltar em grande estilo - 19/08: Uma grande noite no Inferno Club

Fomos e voltamos. Estava com saudades de escrever aqui. Tantos shows assistidos e tantos álbuns ouvidos, precisava seriamente compartilhar tudo isso com os leitores desse blog. Entre um semestre memorável de festivais (planeta terra + SWU) e shows na Augusta, Centro Cultural, Barra Funda, Sesc, etc, um especial me marcou muito.

Opinião é algo bem peculiar, vai de pessoa para pessoa e no meu caso quando o assunto é o que faz um show bom, respondo que é a singularidade, a novidade. Sempre espero algo mais do que somente a banda no palco e um set list marcante. Prezo pela presença do palco, envolvimento e controle que a banda tem por quem está assistindo. Foi exatamente isso que eu vi em um dos shows que eu fui nesse último semestre, mas especificamente no mês de agosto na casa de show da augusta chamada Inferno Club. O show era de uma banda que já passou por aqui: Os Beach Combers!



Os Beach Combers eram a primeira banda da noite, logo em seguida viria os Bang Bang Babies de Goiânia. Eles entraram no palco na melhor forma de descontração, abastecidos de bastante cerveja e com muita animação. As músicas são instrumentais, mas as pessoas estavam tão animadas com o som que parecia que estavam naquela mesma empolgação quando você acompanha a música cantando.

Não bastava a performance, a loucura dos integrantes (que até resultou em perna torcida do guitarrista Bernar), as músicas sensacionais do set list - contidas no EP da banda -, eles ainda fecharam o show com a música "Um lugar do Caralho" do grande Júpiter Maçã. Não tinha música melhor pra encerrar o show maravilhoso daquela noite. Tenho impressão que eles tocaram mais uns covers - ou apenas um - mas não vou me arriscar nos nomes. Além do show ter sido em agosto eu já estava meio bêbada.

Quando fiz a primeira resenha, estava apostando no som e concordando com uma afirmação, mas depois do show, digo sem dúvida nenhuma que NINGUÉM SEGURA OS BEACH COMBERS. E que o show deles foi um dos melhores shows nacionais que eu vi em 2011. Sem mais.


Pra quem não conhece, eis aqui o EP deles de 2010. 




Sobre o blog: voltamos (assim espero).